Há muito, muito tempo era para mim irrealizável que a noite
não terminasse de forma magnificente, entre as brumas dos sonhos e o calor dos
corpos pequeninos cujo odor inalava inebriantemente. Entre o coça-coça em jeito
de ritual e pequenas estórias descobertas
nos baús de férteis fantasias, o joão-pestana chegava sempre ao som da Laurinda
linda linda és mais linda do que o Sol… trauteada quantas vezes num imponderável
sopro, entre-dentes, tropegamente e com os versos trocados e quantas vezes imperceptíveis,
mesclados de significados que eu, mais tarde, não conseguia interpretar. Mas
elas, atentas - mais do que eu poderia imaginar – nas manhãs seguintes não
deixavam de me lembrar: Papá, ontem inventaste imenso a música da Laurinda…
Para a NiNi, para a Mia, com um imenso e eterno AMOR e
muitas saudades do tempo que teve o seu tempo, mas que nós soubemos
deliciosamente apreciar.
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