quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


Chili “El Mariachi”

 

Como nem todos os segredos se podem revelar… aqui ficam apenas algumas sugestões para um bom e picante chili, versão “El Mariachi” / Luís Duque.

 

Digo apenas algumas porque, por exemplo, não revelo as quantidades exactas.  Sou giro que se reserve cerca de 150 gr de carne (picada) por pessoa… o feijão – encarnado – pode ser de lata … ou seco, para os mais exigentes… (neste caso convém deixá-lo dentro de água de um dia para o outro e devendo ser cozido antes de preparar o chili).  Caso o feijão seja de lata, devem juntar-se todas as latas num tacho e deixar ferver durante 5 minutos - pode juntar-se água, que será necessária lá mais para a frente, por isso: Guarde-se a água da cozedura

 

Começar por, num copo alto, colocar uma boa dose de gin, água tónica, sumo de limão e gelo ( se estiver no verão).   Se não se gostar de gin, não esquecer a garrafa de tinto alentejano – um Talha de Ouro de 1996 escorrega que até mete impressão e só não é divinal porque, como dizia Victor Hugo “ Deus apenas criou a água, o homem criou o vinho…   É que, enquanto se prepara o chili é importante ir molhando os lábios !!!   Mas, cuidado, é que este prato demora um bom par de horas a ser preparado, o que pode dar para consumir toda a garrafa, não sendo conveniente para quem não estiver habituado. Para além do mais, se pensar em acompanhar o Chili com outra garrafita, o orçamento familiar até vai dar pinotes…

 

-          Depois de já se estar bem acompanhado, prepare-se então o refogado (tradicional) cebolas, duas ou três folhas de louro e muito alho, num tacho com azeite (puro de preferência).

-          Corte-se, em pedaços não muito pequenos, um quarto de pimento verde, um quarto de pimento encarnado, outro quarto de pimento amarelo e o quarto quarto será de pimento laranja (a cor, claro).   Juntar à mistura do tacho depois desta estar aloirada. Uma pequena colher de “moutard de Dijon”, que é como quem diz: um coche de mostarda, dá-lhe ainda um toque sublime.

-          Uns minutos depois adicionem-se dois ou três tomates maduros, cortados em pequenos cubos.

-          Quando o refogado estiver no ponto, colocar um pouco de concentrado de tomate.

 

Ok. A primeira etapa está praticamente concluída.   Deseja-se que a garrafa não…

 

Vamos então tratar da carne, que o caldo está no bom caminho !!!

Num recipiente suficientemente grande meter toda a carne previamente picada (pode misturar-se um pouco de chouriço para intensificar o sabor).   Temperar a carne a gosto… (afinal, vou dar umas dicas: limão, sal, cominhos, açafrão, nós moscada, louro, caril, pimenta cayene e um montão de malaguetas, ou não !!!)

 

Entretanto o refogado já está pronto, não é?   Então, misture-se um pouco da água que cozeu o feijão e deixe-se ferver um pouco.

Junte-se a carne (uma mão bem cheia, de cada vez) e vá-se mexendo, por forma a que fique solta.   Adicione-se a água da cozedura do feijão na quantidade necessária até cobrir toda a carne.   Deixe-se cozer a carne durante uns minutos.

Por fim, junte-se o feijão.   Deve retirar-se o caldo, caso exista em excesso.

Deixar em lume brando durante mais uns minutos, até apurar convenientemente.  

 

O acompanhamento preferencial é arroz branco, solto, tipo Uncle Bean.

 

Nota do criador: Esta receita é pessoal, embora, obviamente, transmissível, por isto, as quantidades, temperos e forma de confeccionar são alteráveis, conforme os vícios do cozinheiro no momento. Se tiver tempo e paciência pense em preparar esta receita com umas horas de antecedência. A experiência ensinou-me que, de um dia para o outro, o Chili fica extraordinariamente apurado… Não raras vezes me levanto de madrugada para confeccioná-lo para o almoço ou o jantar desse dia, é certo que a meio da manhã tenho de voltar para a cama de baloiço e pôr os pensamentos em dia, especialmente se me fizer acompanhar do tal tintol Celestial…

 

Bom Apetite !!!

Leaving Las Vegas (Sting - My One and Only Love)

Mais um tema, imperdível, num romance/ filme, em nota de suicídio..

Leaving Las Vegas é um drama romântico carregadíssimo de fortes perturbações, baseado num romance autobiográfico do escritor americano John O’Brien (1960-1994) que se suicidou duas semanas após o início da rodagem do filme.
Uma intensamente triste história de amor e de auto-destruição, que nos esgota emocionalmente, focando constantemente a forte determinação de um homem em se aniquilar, bebendo de forma abusiva e sistemática, até à morte, mesmo que uma imprevisível e inquieta amizade emane espontânea e inesperadamente no seu caminho e lhe troque as voltas nas últimas semanas que lhe restam. Apesar do pacto de não interferência nas suas vidas pessoais, Ben (Nicolas Cage) e Sera (a lindíssima Elisabeth Shue), protagonizam momentos de rara beleza em que acabamos, invariavelmente, em lágrimas. O horror da vida quotidiana na rua, a violência sexual, o excessivo abuso de substâncias, provocam fortes emoções à mistura com suaves sensações, que encontram o seu esplendor quando nos invade, alma adentro, como que inevitavelmente, My One and Only Love...