sábado, 3 de dezembro de 2011

Correio Interno: Dedico-vos!

Grande Rui... há quanto tempo!!!
Há quanto tempo não velejamos, há quanto tempo ando para conhecer o teu espaço artístico... há quanto tempo não lia um conto tão personalizado e que tem tanto de nós próprios... parece até que tinha sido eu a escrevê-lo ???!!! Grande abraço e, certamente, ganhaste mais um seguidor.
... e para quem tiver curiosidade, aqui fica: http://correiointerno.blogspot.com/

domingo, 20 de novembro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Evening In Paris - Fumio Karashima et Toots Thielemans

Era um fim de tarde cinzento, como os acordes do baixo e as variações da gaita-de-beiços deixavam transparecer. Sob a janela do meu quarto, correndo serenamente, o Sena transportava toda a mansidão do mundo para um mar de ilusões que todos vivíamos entre sonhos e agonias. As estrelas iniciavam o seu cintilar, sobre os telhados do casario ancestral e eu, alheado de tudo, perdia-me a contemplar os casais que apaixonadamente escapavam entre os ciprestes, procurando nas sombras a ilusão da invisibilidade e se amavam vorazmente, apartados da realidade que os abarcava. Os pássaros, centenas de pássaros, clamavam num chilrear ensurdecedor enquanto procuravam o último galho disponível, para o merecido repouso nocturno. Cerrei as janelas e entendi que os sons embaladores de Karashima e do Thielemans sobrepunham-se a qualquer infeliz intencionalidade que me pudesse fazer sair daquele quadro, daquele quarto, daquele sonho… Bateram à porta. Limitei-me a girar a cabeça na sua direcção, desejando que tivesse sido uma estranha sensação e que, na verdade, nada nem ninguém ousasse interromper tais edílicos momentos. Permaneci acostado à parede, observando pela janela a excelência da vida e ousei recuar um passo, saindo dentro de mim próprio, deleitando-me com aquela estranha sensação, de um corpo inerte, de costas para a realidade e extravasando uma nostálgica satisfação. Algumas gotas de chuva outonal vieram compor aquela tela na cidade luz e confundindo-se com as lágrimas de prazer que me escorriam na face, deram-me a entender que as coisas simples e bonitas trazem-nos uma imensa felicidade. Jamais voltaria aquele quarto, porquanto os sonhos raramente se repetem com a mesma intensidade, com as mesmas imagens, tão-pouco nos permitem o mesmo prazer. A porta foi novamente espancada por um som abafado e triste e eu, esforçadamente, arrastei os pés como se uma modorra imensa me aprisionasse num grilhão intransponível. O esforço desumano para atravessar o quarto foi profusamente compensado quando, escancarada a porta, a minha alma foi invadida com Evening In Paris…

sábado, 15 de outubro de 2011

Tom Waits/Crystal Gayle - Take me home

...talvez a mais pequena e a mais bonita canção de amor que alguma vez foi produzida. Aqui, o verbo cristalino, melodioso e embalador de Crystal Gayle deu voz ao génio musical de Tom Waits.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os prazeres que desvanecem…

Há muito, muito tempo era para mim irrealizável que a noite não terminasse de forma magnificente, entre as brumas dos sonhos e o calor dos corpos pequeninos cujo odor inalava inebriantemente. Entre o coça-coça em jeito de ritual e pequenas estórias descobertas nos baús de férteis fantasias, o joão-pestana chegava sempre ao som da Laurinda linda linda és mais linda do que o Sol… trauteada quantas vezes num imponderável sopro, entre-dentes, tropegamente e com os versos trocados e quantas vezes imperceptíveis, mesclados de significados que eu, mais tarde, não conseguia interpretar. Mas elas, atentas - mais do que eu poderia imaginar – nas manhãs seguintes não deixavam de me lembrar: Papá, ontem inventaste imenso a música da Laurinda…

Para a NiNi, para a Mia, com um imenso e eterno AMOR e muitas saudades do tempo que teve o seu tempo, mas que nós soubemos deliciosamente apreciar.


Os prazeres que desvanecem…


Há muito, muito tempo era para mim irrealizável que a noite não terminasse de forma magnificente, entre as brumas dos sonhos e o calor dos corpos pequeninos cujo odor inalava inebriantemente. Entre o coça-coça em jeito de ritual e pequenas estórias descobertas nos baús de férteis fantasias, o joão-pestana chegava sempre ao som da Laurinda linda linda és mais linda do que o Sol… trauteada quantas vezes num imponderável sopro, entre-dentes, tropegamente e com os versos trocados e quantas vezes imperceptíveis, mesclados de significados que eu, mais tarde, não conseguia interpretar. Mas elas, atentas - mais do que eu poderia imaginar – nas manhãs seguintes não deixavam de me lembrar: Papá, ontem inventaste imenso a música da Laurinda…
Para a NiNi, para a Mia, com um imenso e eterno AMOR e muitas saudades do tempo que teve o seu tempo, mas que nós soubemos deliciosamente apreciar.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

Acerca de nós

Um dia, como que para aliviar o stress diário, decidimo-nos pôr mãos às obras e encantar os nossos sentidos, arriscando trilhar caminhos até então, para nós, enigmáticos. Assim, do nada, descobrimos a decoupage e, cortando, recortando, revestindo, colando, brincando, essencialmente brincando muito, vamos dando forma às nossas caixas. Daí à bijutaria artesanal foi um simples e pequeno passo que rapidamente nos surpreendeu, já que as tentativas de produzir colares de missangas revelou-se um sucesso caseiro, relevando-se uma salutar disputa sobre quem faria as melhores conjugações, reunia as mais belas formas, as cores mais harmoniosas… não satisfeitos com tão envolventes ensaios, iniciámos outra investida, desta vez nos quadros decorativos em tecido e nos trapilhos. E, para finalizar esta sintética estória da nossa contemporânea existência, rebuscámos os trabalhos que a mamã foi produzindo, ao longo dos anos, em tapetes e quadros em Arraiolos. De todas estas práticas vos damos aqui algum testemunho. Esperamos que gostem e nos deixem as vossas opiniões.